As recente publicação da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas da emenda 1:2024 da NBR ISO 9001 criou uma série de comentários, questionamentos e publicações.
Acontece que as mudanças na ISO – International Organization for Standardization vão muito além da revisão da ISO 9001. O impacto é mais profundo e abrange diversas normas de sistemas de gestão. São quase 30 normas como a ISO 14001, ISO 50001 e ISO 22000 refletindo a crescente preocupação global com questões climáticas e a necessidade de práticas empresariais mais sustentáveis. Não estamos apenas falando de ajustes em requisitos de qualidade, mas de uma reorientação estratégica que exige das organizações uma visão mais integrada de seus sistemas de gestão.
A emenda traz à tona a necessidade de incluir a gestão de riscos climáticos diretamente no planejamento e execução de processos de qualidade. Isso significa que as empresas, além de focarem na melhoria contínua, precisam agora considerar o impacto das mudanças climáticas em suas operações. Esse novo cenário é abordado no documento do ISO e International Accreditation Forum Inc, que destaca a importância de preparar os sistemas de gestão para riscos ambientais, como desastres naturais e mudanças regulatórias voltadas para emissões de carbono.
Para as empresas, essa mudança traz um desafio estratégico: adaptar seus sistemas de gestão da qualidade para que sejam resilientes e preparados para lidar com as incertezas climáticas. A inclusão desses novos conceitos na ISO 9001 visa garantir que as organizações estejam prontas para enfrentar desafios ambientais, preservando sua capacidade operacional e, ao mesmo tempo, contribuindo para um futuro mais sustentável. Esse alinhamento com práticas climáticas torna-se uma vantagem competitiva, especialmente em mercados que demandam cada vez mais transparência e compromisso com a sustentabilidade.
O documento do ISO TC 176 enfatiza a relevância da auditoria climática, um conceito que ganha força na nova versão da norma. Essa abordagem permite que as empresas identifiquem e mitiguem riscos ambientais de forma mais assertiva, promovendo uma visão holística e estratégica da gestão de qualidade. Mais do que conformidade, as organizações precisam estar preparadas para antecipar desafios, aproveitando a integração da gestão climática como uma oportunidade de inovar e liderar em um mercado que exige cada vez mais responsabilidade ambiental.
A revisão da ISO 9001 e de outras normas de gestão é um chamado para que as empresas reavaliem seus processos e incorporem a sustentabilidade em seu núcleo estratégico.
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